domingo, 28 de agosto de 2011

Sobre casamento

Acho que um dos problemas do casamento é que as pessoas nem sempre sabem o que ele é. Pensam que é um longo caso de amor, mas não é. O casamento nada tem a ver com felicidade. Tem a ver, isto sim, com uma transformação pessoal, e, quando ela acontece, é uma experiência magnífica. Mas você tem de se submeter. Tem de ceder. Tem de dar. Não pode só ditar.


Uma estorinha sobre convicção

"Esta é uma situação nova. A inteligência consiste em perceber o fato de que quando uma situação é nova, nunca se deve tentar o velho. Quando ela for nova, seja novo, inventivo; simplesmente abandone o passado, olhe de outra forma! Deixe que sua consciência responda ao novo, espelhe-o! E não tenha medo de erros e enganos, pois numa nova situação, o único erro imperdoável é usar algo que foi útil em alguma outra situação - o único erro que não pode ser perdoado! Todos os outro erros e enganos são perfeitamente bons e aceitáveis; você aprenderá através deles.
Uma estorinha sobre convicção :
Convicção é aquilo que está embutido. O pássaro fazendo um ninho na árvore está convicto de algo do qual não tem conhecimento. Ele nunca fez qualquer ninho antes, nunca deu nascimento a filhotes antes - esta é a primeira vez - e também nunca esteve em alguma escola para aprender como fazer ninhos. Ninguém lhe disse ou lhe ensinou, e  de repente uma convicção surge. No momento em que o pássaro está prenhe, uma convicção surge, de alguma profundidade desconhecida, de que um ninho precisa ser construído - não tanto na cabeça, mas na própria fibra de seu ser. Ele começa a se mover, a arranjar coisas. Mil e uma coisas precisam ser arranjadas, e na época em que os filhotes vierem, o ninho estará pronto. Ele não tinha idéia deles, do tipo de filhotes, nenhuma idéia do ninho, mas acontece. Isso é convicção.
         Esta convicção não está em você? Você não está "convencido, contudo"? Não há uma convicção, em algum lugar no fundo de seu ser, de que esta terra não é o seu lar, de que você precisa encontrar o seu lar, de que aqui, de certa forma, você é um forasteiro, de que o amor vivido por você é de alguma maneira superficial - seu destino deve ser muito mais -, de que a vida a qual você está vivendo não é a que você se destinava a viver ? Esta convicção está presente, daí a busca, a aventura, o procurar contínuo aqui e ali, nesta e naquela direção.
Em algum lugar deve haver alguma maneira de encontrar seu destino preenchido. Reflita...que teus caminhos se abram e que o NOVO entre na sua vida!!!

Caminhos para uma consciência mais elevada

Vemos o mundo não como ele é, mas como nós somos. Nossa vida gira dentro de limites, distinções e desejos estreitos à medida que fazemos o jogo de rotular-se e rotular os outros com base nas características puramente físicas.
       À medida que buscamos defender nosso território – seja ele um papel, um trabalho, uma posição na sociedade, o nome da família ou uma nação. “Que ninguém transpasse meu território” é uma placa não-verbalizada plantada em nosso coração, então surgem os conflitos internos.
       Distúrbios e tensão no nível individual são resultados da ignorância dos processos do eu e do mundo em volta. A mente fica sem descanso, agitando-se e pensando sem meta, açoitada por ondas de sentimentos e emoções.
       As duas palavras mais comuns na maioria das línguas são, eu e meu. Usamos a palavra meu para referir-se à todas as coisas que não são eu – minha mão, meu rosto, minha perna ou até meu cérebro, minha mente, minha personalidade e assim por diante. A diferença entre eu e meu é a mesma que entre alma e corpo.
       Sou eu, o ser, a alma. A alma usa a palavra eu para si e a palavra meu para referir ao corpo: minha mão, minha boca, meu cérebro. Eu sou diferente de meu corpo.
       Uma lista de todos os fatores que nos criam limites provavelmente incluiria itens como idade, sexo, saúde, família, profissão, defeitos e fraquezas. Tendo estabelecido nossas próprias cercas, sempre que a tristeza aparece um desses fatores torna-se automaticamente o bode expiatório.
       O problema não está na lista de fatores, mas na consciência que temos deles. Podemos tirar vantagens se experimentarmos num nível mais elevado para aprendermos mais sobre nós mesmos.
       Quando assumo minha verdadeira identidade como um ser espiritual, imediatamente recebo também acesso ao amor, à paz, à felicidade e ao poder que são parte de mim.

  • Caminhos para uma consciência mais elevada – Ken O’Donnell



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mito

Todos são a segunda vinda,
desde que tenham a experiência.
Você também é! Mude o foco de sua vista.
A montanha central está em todo lugar.
Está em todo lugar. Não vai estar.
Está aqui, agora. Essa é a verdadeira
mensagem do mito.

Poder

O nosso verdadeiro poder não provém da nossa posição na vida, de uma polpuda conta bancária ou de uma magnífica trajetória profissional. Ele é a expressão da nossa autenticidade interior,da manifestação da nossa força e integridade. São poucos os que percebem que cada um de nós possui o poder do Universo dentro de si.



Conexão

A busca incessante de Deus, leva milhões de pessoas à sinagogas, peregrinações, retiros, movimenta grande mercado em todo mundo, porém, a chave que abre a porta para este encontro, está nas mãos de cada um. Cabe a cada pessoa codificá-la afim de conseguir abrir a caixa do conhecimento, mais disponível que nunca, lá dentro de cada pessoa. Esta mensagem é muito antiga mas, para a maioria é algo que por séculos foi pregado como ser intangível, ou inatingível, esse Deus tão distante e incompreendido que está muito próximo. Pode-se dizer que a viagem para o interior de cada um é mais difícil, trabalhosa do que comprar bilhetes de excursões místicas ou religiosas.
Talvez a maior dificuldade é o confronto de cada um. É neste momento que nos damos conta que pouco sabemos sobre nós, e isto gera uma certa frustração. Perdemos o centro de tudo que é o nosso ego. Descobrir o verdadeiro eu que reside em nós é o maior desafio lançado para a humanidade. Quem alcançar, terá conseguido acessar a chave que abre a porta para todos os segredos do Universo.
         Não somos apenas esta personalidade X que vive neste presente e sim a soma de todas as vidas que vivemos. Talvez seja esta a explicação para comportamentos conflitantes, insatisfações e frustrações, porque limitamos nosso conhecimento a esta vida, tão pequena se levarmos em conta, tudo que já vivenciamos. Acessar a chave interior nos levará a conectar com estas vidas e experiências e então, descobriremos quem somos. Uma visão tão mais ampla, assim poderemos compreender tantas coisas que facilitará na compreensão de situações presente futuro.
Não queremos criar tempo nem despender energia em busca deste conhecimento, também temos medo do que podemos encontrar e com isto não conseguir conviver com o meio atual. Posso dizer que se trata de um processo difícil, doloroso, solitário, inquietante, e lento, muito lento. Quando pensamos ter conseguido, ainda faltará o que entender.

Beijos, Sana


domingo, 7 de agosto de 2011

A PRECE

Como indivíduo limitado, invoco o auxílio do Senhor, a graça do Senhor, através de um ato de oração. A oração é uma ação, pois se estabelece na vontade de cada um. Tanto é um ato que invoca a graça, como uma simples auto-sugestão. Quando sento em meditação, relaxado,ofereço uma prece ao Senhor, a quem invoco sob qualquer forma, sob qualquer nome. Rezo:

Ò Senhor, que eu tenha a maturidade de aceitar simplesmente
o que não posso mudar; que eu tenha o desejo e o esforço necessários
 para mudar o que posso; e que eu tenha a sabedoria para saber
a diferença entre o que posso e não posso mudar.

Não posso mudar a minha infância, minha ascendência, todo o meu passado. O que aconteceu em minha vida, não posso mudar. O que aconteceu, aconteceu. Nada posso fazer a esse respeito. No que se refere ao que já aconteceu, não tenho nada a lamentar. Não tenho nenhuma razão para estar triste, deprimido ou raivoso. Deixo cair minha angústia pelo acontecido. Simplesmente aceito tudo o que possa ter acontecido em minha vida.

Há muitas coisas que posso mudar, que posso consertar. Busco a força de vontade e habilidade para fazer apropriadamante os esforços adequados para mudar – não é fácil de distinguir.Torna-se necessário sabedoria, pelo que novamente invoco Sua graça:

Ó Senhor, possa eu desfrutar, ter a maturidade de aceitar
simplesmente o que não posso mudar, a vontade e o esforço
para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença.

Estou somente vigilante, cônscio do que acontece neste momento. Entrego aminha vida e a minha escolha. Estou apenas atento ao momento. A cada instante, o fato de estar consciente do momento não oscila. O fato de estar consciente do momento é fato permanente, duradouro, sempre presente. Estar consciente não é algo intermitente. É uma presença, uma presença sempre presente.

O fato de ser consciente neste momento é qualquer coisa paralelo. O objeto muda; mesmo essas palavras não são sempre as mesmas. Neste momento, uma certa palavra, uma frase,um som, ou um objeto pode modificar-se. Estar consciente do que acontece nesse momento não é uma escolha. Estou consciente, porque sou uma presença consciente. Livre de memória, sou uma presença consciente.

OM-OM-OM

Catedral de Maringá






sábado, 6 de agosto de 2011

viver como a águia

Campo Alegre - SC

Para se relacionar plenamente com o outro, você precisa primeiro relacionar-se consigo mesmo. Se não conseguimos abraçar nossa própria solidão, simplesmente usaremos o outro como um escudo contra o isolamento. Somente quando consegue viver como a águia, sem absolutamente qualquer público, você consegue se voltar para outra pessoa com amor; somente então é capaz de se preocupar com o engrandecimento do outro ser humano. Ergo, se você é incapaz de desistir do casamento,então o casamento está condenado.


Lei da Atração

         O pensamento atrai, isso é fato, a fé aplicada seja para o bem ou mal, para o crescimento ou destruição, vai atrair o que se pretende. O tempo é diferente para qualquer pessoa. Também é assim com o que se deseja para outra pessoa, por esse pensamento ser manifestado da sua consciência é para você que irá atrair. Quando liberamos energia para o Universo, estamos atraindo fluidos compatíveis com esta energia, positiva vai atrair positiva e negativa vai atrair negativa e assim segue...
Entramos num campo vibracional vicioso. Manifestar pensamentos positivos e criar uma imagem mental de prosperidade gera energia que envolve nossa matéria capaz de atrair mais energia e com isto também emanamos sentimentos altruístas em nosso meio. Cria-se uma capa protetora ou refletora, que vai atrair também o sentimento de outras pessoas, daí a importância de emanar positividade.
Além dos pensamentos, é preciso ter atitude pró-ativa para que esta energia não fique apenas acumulada na mente e sim, produza os resultados esperados.
Ação gera reação. Praticar a Lei da Atração é realizar o desejo antes mentalizado. Uma vez que se inicia o processo, o universo estará trabalhando para a concretização do seu desejo. Há que se manter esta atitude positiva em todo momento, observando os pensamentos para que, não interrompa este vínculo criado com o cosmo.

Beijos Sana


Um Exercício Simples de Visualização Criativa

Eis um exercício básico da técnica da visualização criativa: em primeiro lugar, pense em alguma coisa que você gostaria de obter. Para este exercício, escolha algo simples, cuja obtenção você possa imaginar com facilidade. Poderia ser um objeto que você quer possuir, um acontecimento que você espera que ocorra, uma situação na qual você gosta de se ver, ou algum aspecto de sua vida que você pretende melhorar.
Dirija-se a um local sossegado, onde nada o perturbará, e assuma uma posição confortável, sentando-se ou deitando-se. Relaxe completamente o seu corpo. Concentre-se na tarefa de relaxar cada músculo do seu organismo, um de cada vez, começando pelos dedos dos pés e subindo até o couro cabeludo. Deixe que toda a tensão flua para fora de seu corpo. Respire de forma lenta e profunda, utilizando a musculatura da barriga. Conte, lenta e regressivamente,  de 10 a 1, procurando sentir-se cada vez mais relaxado a cada número.
Quando sentir-se profundamente relaxado, comece a imaginar o que você deseja, do modo exato como você gostaria que fosse. Caso se trate de um objeto, imagine a si mesmo tendo-o em seu poder, fazendo uso dele, admirando-o, deleitando-se com ele, mostrando-o aos amigos. Se for uma situação ou um acontecimento, imagine a si mesmo presente e que tudo se passa da forma como você gostaria que fosse. Você poderia também imaginar o que as pessoas estariam dizendo, e quaisquer outros detalhes que contribuíssem para tornar mais real a cena aos seus olhos.
Isso poderia ser feito durante um período de tempo relativamente curto ou por vários minutos - o que lhe parecer melhor. É também importante que você se divirta ao fazê-lo. A experiência deve lhe proporcionar um prazer semelhante ao da criança que sonha acordada com o seu presente de aniversário.
A seguir, ainda mantendo a idéia em sua mente, você deve fazer a si mesmo algumas afirmações bastante otimistas e positivas (silenciosamente ou em voz alta, como preferir) a respeito dela, tais como:
"Eis-me aqui passando um maravilhoso fim de semana nas montanhas. Que programa agradável! Ou Agora eu tenho um relacionamento feliz e harmonioso com ( ) . Estamos realmente nos entendendo. "
Essas declarações otimistas constituem uma parte muito importante da visualização criativa. Termine sempre a sua visualização com esta firme declaração a si mesmo:
Isto, ou algo ainda melhor, manifesta-se agora em minha vida de uma maneira completamente harmoniosa e satisfatória, para o bem de todos os interessados.
Esta afirmação deixa em aberto a possibilidade de que algo aconteça de modo diferente e ainda melhor do que você imaginara, e serve como uma espécie de lembrete de que este processo só atua para o benefício de todas as partes envolvidas nele.
Caso surjam dúvidas ou pensamentos contraditórios, o melhor é ao opor-lhes resistência nem tentar impedir que ocorram. Isso tenderia a lhes dar um poder que eles de outra forma não teriam. Deixe simplesmente que passem pela sua consciência, e volte a se dedicar às afirmações e imagens mentais.
Ocupe-se do exercício apenas enquanto o estiver achando agradável e interessante. Pode ser cinco minutos ou meia hora. Repita-o todos os dias ou, pelo menos, com a freqüência que lhe for mais conveniente.
Como você viu, o processo básico é bastante simples. Empregá-lo de maneira plenamente eficaz, no entanto, geralmente requer um certo refinamento e uma maior compreensão dos princípios envolvido.
Do livro VISUALIZAÇÃO  CRIATIVA de SHAKTI  GAWAIN

Primeiro, os escombros.

Procura conhecer-te a ti mesmo.
Precisarás de coragem, isenção e firmeza. Vais descobrir que és falho, frágil, incompleto, imperfeito, ignorante e mesmo (desculpa) ignóbil.
Não te enraiveças. Não te abatas. Não te envergonhes. Não te condenes.
De que te serve tudo isso?
Suporta tudo a fria distância. Assume-te.
Despe a toga de juiz severo ou a bata do carrasco. Atira fora a tesoura do censor.
Faze-te apenas espectador sereno e lúcido.
Depois disto, quando o que és já não tenha por que esconder-se, a redentora revelação se irá fazendo.
Dos escombros do que tens suposto ser, que gostarias de ser – um dia (e que não seja tarde) levantar-se-á o que sempre fostes e sempre serás:
- Eternidade, Infinitude, Paz, Luz, Plenitude, Silêncio, Amor...
Mas...
Primeiro, os escombros.

Professor Hermógenes

Reflexão

"TEMOS NOSSOS CÃES SELVAGENS LADRANDO NO PORÃO."

modelo:Pitoca

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Loucura ou psicose?

         Loucura é um nome popular carregado de discriminação e de falsos medos. O nome científico é psicose. Há vários tipos de psicoses que se apresentam com vários graus de intensidade e, conseqüentemente, com vários níveis de superação.
         O medo de enlouquecer sempre perturbou o ser humano. O fato de perder o juízo, não discernir a realidade, desorganizar o pensamento, romper com a consciência de si mesmo e do mundo angustia milhões de pessoas de todas as eras e todas as sociedades.
         O diagnóstico pode ser útil para os psiquiatras, mas podem tornar-se um cárcere para os pacientes.
         Foucault escreveu a História da loucura na Idade Clássica. Esta obra mostra as raízes antropológicas pela qual se classifica um indivíduo como louco. A psiquiatria formatou essa classificação e marginalizou todos os comportamentos que se afastavam dos padrões de comportamento universalmente aceitos em uma sociedade. Muitos erros foram cometidos, muitas pessoas foram tachadas como loucas apenas por ter comportamentos que fugiam ao trivial.
         Classicamente loucura é toda desagregação duradoura da personalidade que foge aos parâmetros da realidade. São psicóticas as pessoas que se sentem perseguidas por personagens reais, como generais que deflagram guerras, soldados que torturam, policiais que matam, políticos que controlam, o que são? São psicóticas as pessoas que têm delírios de grandezas, que acham que são Jesus Cristo, Napoleão, Buda. Mas e os mortais que se sentem deuses pelo dinheiro e poder que possuem, que não se importam com a dor dos outros, são o quê? Há uma loucura racional aceita pela sociedade e uma loucura irracional condenada por ela.
         A filosofia tem milênios de existência. A psiquiatria tem pouco mais de um século. Ela teve avanços impressionantes, mas ainda está na sua adolescência e, como a maioria dos adolescentes, a psiquiatria tem um comportamento prepotente. É uma ciência importante, mas não é uma ciência madura. Falta-lhe humildade para compreender o mundo insondável da psique humana.
         Muitos filósofos discorreram sobre a metafísica, como Aristóteles, Agostinho, Descartes, Spinoza. A metafísica é uma área da filosofia que discursa sobre a alma humana, afirmando que ela ultrapassa os limites estritamente físicos do cérebro. Descartes, seduzido pela metafísica, a considerava como objeto primeiro do mundo das idéias. Kant a submeteu aos limites da razão. Todavia a metafísica sofreu debates e críticas acaloradas a partir do materialismo de Nietzsche, do determinismo histórico de Hegel, do marxismo, do existencialismo de Sartre, do positivismo lógico. Assim, deixou de ser debatida.
         Numa sociedade materialista, lógica, pragmática, encarcerada pela matemática e fascinada pela computação, a metafísica foi quase aposentada como objeto de discussão científica.
         - Somos apenas um cérebro sofisticado que tomba numa sepultura para não ser mais nada? Nossa história se esgota nessa breve existência? São débeis os bilhões de seres humanos ligados a milhares de religiões que crêem numa vida que transcende a morte? O intelecto humano é apenas um computador cerebral? Não creio. Eu creio que o mundo bioquímico do cérebro não pode explicar completamente as contradições dos pensamentos, o território das emoções, os vales dos medos.
         A vida é um ponto de interrogação. Cada ser humano, seja ele um intelectual ou iletrado, é uma grande pergunta em busca de uma grande resposta...
         O tamanho das perguntas determina o tamanho das respostas. A filosofia perguntou muito ao longo de milênios, e a psiquiatria, por ser jovem, perguntou pouco e respondeu rápido. Quem responde rápido corre riscos enormes.
         Os psiquiatras têm um poder que nenhum ser humano jamais teve na história. Os reis e ditadores tiveram armas para ferir o corpo e aprisioná-lo. Os psiquiatras têm medicamentos que invadem o inconsciente, um lugar onde nascem as idéias e as emoções. Um espaço jamais penetrado, que nem os próprios psiquiatras conhecem.
         O cérebro precisa de medicamentos, mas a alma precisa de diálogo. Todavia, quando somos rotulados como psicóticos, raramente alguém reconhece que temos um mundo complexo com necessidades intrincadas. Criamos monstros em nossas crises e temos de conviver sozinhos com eles. Raramente alguém quer reparti-los conosco.
         Nós criamos nossos monstros, nossos medos, inseguranças, pensamentos mutiladores, mas raramente encontramos pessoas dispostas a dividi-los.  Os gênios e os psicóticos sempre estiveram próximos, sempre foram incompreendidos. Freqüentemente a solidão os envolveu.
         No fundo, todos somos abraçados por alguns tentáculos da solidão. Alguns falam muito, mas se calam sobre aspectos íntimos de suas vidas. Uma dose de solidão estimula a reflexão, mas a solidão radical estimula a depressão.          Quando o mundo nos abandona, a solidão é tolerável; mas quando nós mesmos nos abandonamos, ela é insuportável.

Do livro : O Futuro da Humanidade de Augusto Cury