terça-feira, 26 de março de 2013

Limites da Consciência


A linha limítrofe cria um par de opostos. Traçar limites é produzir opostos. E o mundo de opostos é um mundo de conflitos; uma destas linhas de limites culminou na Árvore do Conhecimento, que era na verdade a Árvore do bem e do mal. A dor e o prazer, o bem e o mal, a vida e a morte, o trabalho e o lazer – toda a série de opostos conflitantes abateu-se sobre a humanidade.
O simples fato de traçar um limite é um preparar-se para o conflito – mais especificamente, para a guerra dos opostos, a luta angustiante da vida contra a morte, do prazer contra a dor, do bem contra o mal.
O fato é que vivemos num mundo de conflitos e opostos porque vivemos num mundo de limites. Como toda linha limítrofe é também uma linha de batalha, eis aqui uma dificuldade humana: quanto mais firmes os limites de uma pessoa, mais entrincheiradas serão suas batalhas.
Quanto mais me agarro ao prazer, mais necessariamente temo a dor. Quanto mais busco a bondade, mas me atormenta o mal. Quanto mais me apego à vida, mais me atormenta sua perda.
Lidamos com o problema do bem e do mal tentando exterminar o mal. O materialista tenta reduzir a mente à matéria, enquanto o idealista tenta reduzir a matéria à mente. Os monistas tentam reduzir a pluralidade à unidade, os pluralistas tentam explicar a unidade como uma pluralidade.
Sempre tendemos a tratar o limite como real, manipulando depois os opostos criados pelo limite. Devido ao fato de acreditarmos que o limite é real, imaginamos que os opostos são inconciliáveis, separados, para sempre apartados “o leste é o leste, o oeste é o oeste e nunca os dois se encontrarão”.
Como observou Alan Watts, as assim chamadas “linhas divisórias” também representam de modo preciso, os locais onde a terra e a água se tocam. Isto é, as linhas juntam e unem tanto quanto dividem e separam; em outras palavras, não são limites! Uma linha torna-se um limite quando supomos que ele apenas separa, mas, não une ao mesmo tempo. Não há problemas em traçar linhas, contanto que não as confundamos com limites. Pode-se distinguir o prazer da dor; é impossível separar o prazer da dor. 

“A superteoria holográfica afirma que nossos cérebros constroem a realidade concreta interpretando freqüências vindas de uma dimensão que transcende o tempo e o espaço. O cérebro é um holograma que interpreta um universo holográfico.” Marilyn Ferguson 

Construímos nossas próprias linhas mentais que são idéias e conceitos. Através disso, classificamos aspectos de nosso mundo.
A verdade, que deve ser única, impregna-se de contradições. O homem é incapaz de pensar onde ele está, pois cria dois mundos a partir de um. Como Korzybski e os semanticistas gerais demonstraram nossas palavras, símbolos, sinais, pensamentos e idéias são apenas mapas da realidade, não a própria realidade, porque “o mapa não é o território”.
Uma pessoa que vê além da ilusão dos opostos é chamada “liberta”. Não manipula mais os opostos jogando um contra o outro na sua busca da paz, mas, em vez disso, transcende a ambas. Essa base é a própria consciência da unidade. 

“A água é uma substância líquida importante para os seres vivos. É formada por dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio que se dispõe num formato angular estabelecendo um contraste entre os lados; onde um lado há formação de zonas positivas e de outro lado há formação de zonas negativas.” fonte internet 

Podemos concluir que, tão essencial como na composição da água, o elemento essencial à vida, os opostos são partes integrantes da composição do ser humano para a realização do crescimento pessoal e o equilíbrio da espécie.

fonte: Ken Wilber

sexta-feira, 1 de março de 2013

Sobre evolução


O ser humano é dotado da capacidade de adaptação ao meio-ambiente em que desenvolve sendo capaz de criar alternativas que proporcionam a melhoria da qualidade de vida de todos. A cada geração evolui-se tanto no desenvolvimento de alternativas tecnológicas como no campo humano, da saúde, da alimentação, dentre outros.
Nos primórdios, a força bruta era mais utilizada, por isso, o físico era mais valorizado visando à perpetuação da espécie. Com o desenvolvimento da tecnologia e a robotização da indústria, o intelectual passou a ser mais observado sendo necessário desenvolver a criatividade, a habilidade da comunição e educação.
No campo da religião, também houve adaptações, com a diversidade de igrejas e crenças porque o ser humano apesar de todos os avanços sente a necessidade de ligar-se ao Divino. Há um espaço dentro do ser que busca a constante compreensão das suas angústias X alegrias. O humano na ilusão de separar-se das demais espécies vivas acredita ser privilegiado por deuses e que sua capacidade de raciocínio e inteligência procede de uma “entidade” exclusiva a ele.
Com isto, domina e apodera-se da natureza mineral, vegetal e animal, beneficiando-se de seres não dotado da capacidade de defesa. No campo psicológico as pesquisas continuam em busca de bases que expliquem a diversidade de comportamentos, atitudes, sentimentos e dores, porque assim como o ser é capaz de produzir para o bem também produz para o mal.
Com o aumento da população e conseqüente concorrência, as crises humanas tendem a aumentar. Apesar dos avanços da ciência não foi possível impedir que novas formas de sofrimento humano emergissem destas almas. A evolução é um impulso natural dos seres sendo observada a cada período os avanços provocados pela espécie.